Manual básico para ser sustentável

Por Ale Farah, especial para ADN reset

Líderes do mundo todos estão reunidos no Egito para encontrar soluções para frear a crise climática. Aqui, listo nove regras para não ficarmos de fora. Atue, seja um agente da mudança.

Ser sustentável nada mais é do que ser bem-educado. E ser educado é algo que nunca saiu nem vai sair de moda. O desafio está em atualizar os conceitos. Devemos revisar a definição de bons modos para além de como se comportar à mesa e de como cumprimentar as pessoas com cordialidade. As regras da nova etiqueta passam por se informar sobre o que rola no mundo. E informações não faltam indicando que a crise climática já se instalou. 

Ninguém está sugerindo que ser sustentável é viver sem luxo. Pelo contrário. Ser sustentável é comprar aquilo que você ama tanto que nunca vai virar lixo. Quando a necessidade urgente é eliminar o desperdício, o autoconhecimento é o melhor amigo da sustentabilidade. Fica a dica: compre certo para não ter que descartar.

É claro que as decisões imperativas vêm de governos, empresários e executivos à frente de grandes indústrias. Mas a solução também passa pelas nossas mãos. 

Antes da década de 1990, não tínhamos informação suficiente sobre o impacto das atividades humanas no meio ambiente, ninguém sabia, por exemplo, que o excesso de plástico estava matando os oceanos e que hoje a maioria dos peixes já tem partículas de microplásticos em seus estômagos. Hoje sabemos. Temos, através dos nossos smartphones, mais tecnologia do que o homem levou pra Lua. Por isto, não é elegante passar por lunáticos e fingir que nada acontece. Afinal, ter bons modos é prestar atenção à nossa volta. 

Ter práticas sustentáveis é uma maneira de mostrar que você está à frente do seu tempo. Te digo por experiência própria, ser sustentável, além de divertido, eleva a auto estima e causa uma ótima impressão nos amigos. De bônus, você vai ficar mais saudável e radiante. 

Como ser sustentável sem ser chato?

Regra 1 – Seja propositivo e não reativo. Encare de frente, não com críticas a quem não está fazendo nada, mas com soluções. Apenas sejamos. E ajamos. Façamos nossa parte e todos vão nos achar o máximo e aprender algo com a gente. E lembre-se: ser sustentável é um aprendizado sem fim.

Regra 2 – Ter estilo é uma atitude sustentável. Invista em seu autoconhecimento, descubra que looks te valorizam e aposte neles. Compre itens que realmente lhe agradam e que vão durar muito em seu armário. 

Regra 3 – Antes de pensar em descartar uma peça, por que não reformar, mudar a cor ou estampar com um grafite, por exemplo? Você vai estar com uma roupa ou acessório novo, exclusivo e estará dando vida mais longa a algo que já foi produzido. 

Regra 4 – Desconfie do que é muito baratinho. Para fazer uma roupa ou um acessório há dezenas de etapas envolvidas no processo de produção, matérias primas que são plantadas, preparadas por muitas mãos de costureiros e artesãos e depois transportadas. Como uma roupa pode custar menos de um hamburger? 

Regra 5 – Preste atenção em marcas que mostram a maneira como elas fazem o produto, transparência. Não tira o consumo mas coloca o consumo de maneira consciente.  

Regra 6 – Tente evitar ao máximo o descartável. Preste atenção no excesso de embalagens – e não só na sacolinha de plástico do supermercado – mas em todas as embalagens. Tente prolongar a vida dos itens, investindo na economia circular, dando um novo uso a sacolas de papel e a saquinhos de plásticos. Os plásticos que são produzidos para serem usados uma única vez – por exemplo, talheres de plástico – estão sendo proibidos por lei. Os canudinhos já o são. Tenho amigas que guardam todos e doam para instituições de caridade. 

Regra 7 – É chique ter sempre na bolsa durante o dia uma garrafinha reutilizável de água. Manter-se hidratada, é ótimo para a pele, e para a saúde – nada é menos sustentável que alguém doente.

Regra 8 – Plante árvores. Muitas. Em qualquer lugar. Na Tailândia, tem um movimento que eu amo. O povo está lavando e guardando as sementes das frutas e quando saem para viajar ou andar no parque apenas jogam as sementes na natureza e muitas delas crescem e viram árvores. O número de árvores frutíferas multiplicou-se no país. 

Regra 9 – Quero finalizar alertando para o consumo excessivo de animais. Eu sei que comida é algo emocional. Mas te conto: o excesso de proteína é ruim não só para o planeta, para os animais que sofrem, mas para a gente. Aumenta o risco de muitas doenças, incluindo vários tipos de câncer. Isto é muito sério. Coma mais vegetais, folhas, raízes, queijos de amêndoas (hum), abacate. Os fatos são pesados: são 100 bilhões de animais mortos no planeta para virarem comida – eles consomem uma quantidade gigantesca de água e ração, desmata-se muito para ter pasto. Preste atenção nas escolhas que faz, corte aqui e ali, e se abra para um mundo de novos sabores. Deliciosos. As toxinas no seu corpo vão diminuir, você vai se sentir moderna, seu corpo vai agradecer e o planeta também.

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